sábado, 3 de agosto de 2013

HISTORIA DA NOSSA FAMILIA - CAPITULO 8 - CORONEL LUCAS CAETANO VASCO

              
                              HISTÓRIA DA NOSSA FAMILIA – CAPITULO 8

                                     CORONEL LUCAS CAETANO VASCO

               Dom Pedro I foi obrigado a deixar o Brasil. Foi embora fugido. Indispôs-se com muita gente que  queriam pega-lo. Refugiou-se em um navio português. La fez as tratativas de transmissão do poder para o filho, que era menor, e zarpou para Portugal, para enfrentar o irmão, que havia tomado o poder da coroa portuguesa.
               Uma regência foi então estabelecida, para governar o Brasil em nome do herdeiro do trono, Dom Pedro II.
               Como havia o perigo dos partidários de D.Pedro I de restabelecer os laços com a corte Portuguesa e tomarem o poder, tratou, a Regência, de neutralizar a ação do exército, cujos oficiais eram estrangeiros e ligados ao ex-imperador. Desmobilizaram o contingente de soldados para menos da metade de seu efetivo.
               Foi, então, criada a Guarda Nacional, composta pelos proprietários de terra e por alguns comerciantes, para defender, cada um em sua área, a ordem local e a ameaça de retomada do poder por parte de Portugal. Cada um formaria, às suas expensas, um corpo de guardas e recebiam o titulo de Coronel da Guarda Nacional. Em sua área, o Coronel era o todo poderoso, era lei, mandava e desmandava.
               Com o advento da Republica, foi instituído o voto para escolha de seus governantes. O sistema descentraliza, deixando de existir o poder único central, desmembrando em Federal, Estadual e Municipal. Como, a princípio, o voto era aberto e o número de eleitores limitado àqueles que possuíam um mínimo de renda, que correspondia a mais ou menos 20% da população, permitiu-se ao Coronel local, o controle dos votos, seja pela compra pura e simples, seja por favores ou por intimidação dos eleitores, seja pela criação de outros mecanismos, como o eleitor que votava em vários locais no lugar de eleitores ausentes ou já falecidos. Assim o Coronel elegia quem quisesse.
               O presidente Campos Sales, paulista, criou em 1902 um sistema de poder nos três níveis. O municipal em que o Coronel elegia seus representantes no governo local e no governo estadual. Estes por sua vez, davam sustentação ao governador, que, então, era chamado de Presidente da Província, que retribuía repartindo verbas entre seus correligionários. Por sua vez, os governadores davam sustentação ao Presidente da Republica, que devolvia o apoio com verbas públicas aos estados.
                  São Paulo e Minas detinham o poder econômico, pois ali se encontravam a grande maioria dos proprietários de terras e comerciantes. Com o sistema criado por Campos Salles, garantiu-se o poder político, na famosa política do Café (São Paulo) com Leite (Minas), elegendo, alternadamente, um Presidente de cada estado.
               Esse período, conhecido como REPUBLICA VELHA, foi até 1930, quando o Presidente Washington Luis, paulista, quebrando o acordo de revezamento com Minas Gerais, elegeu outro paulista, Julio Prestes, para sucedê-lo na presidência. Minas revoltou-se e junto com Paraiba e Rio Grande do Sul, depôs Washington Luiz, assumindo o poder o gaucho Getulio Vargas.
               Getulio institui uma ditadura, centraliza o poder, nomeia governadores, e, com isso, o poder político dos Coronéis diminui sensivelmente. Outro grande golpe no poder do Coronelismo foi a instituição do voto secreto, tornando mais difícil o controle dos votos, o voto feminino e os eleitores não precisariam mais provar renda. Com o crescimento das cidades e conseqüente aumento de eleitores, novas lideranças surgiram, contrapondo-se ao poder da velha classe. A Guarda Nacional é extinta, acabando a figura do Coronel.
               Acabou a patente de coronel, mas ficou o coronelismo, o manda chuva local e suas práticas, em muitas cidades, durante bom tempo. Em regiões mais atrasadas ainda persiste a prática de compra de votos, favores, empregos, BOLSA FAMILIA. A cultura política é, ainda, em boa parte baseada nessa tradição.
               Itamogi, era um povoado, nascido da lavoura do café, pertencente inicialmente à São Sebastião do Paraiso, passando, posteriormente, a pertencer a Monte Santo de Minas. O coronel local, como não conseguia influencia em Monte Santo, dominada por outro coronel, conseguiu, junto ao Governador de Minas Gerais, a emancipação do município de Arari, posteriormente rebatizado de Itamogi. Mas só garantiu a separação à bala, em confronto com o coronel de Monte Santo.
               Assim, em 17 de junho de 1924, é estabelecida a Câmara Municipal de Arari, tendo, como seu presidente, o CORONEL LUCAS CAETANO VASCO.

              

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