domingo, 7 de julho de 2013

HISTORIA DA NOSSA FAMILIA CAPITULO 4 - SÃO PAULO PARTE 2

HISTORIA DA NOSSA FAMILIA – CAPITULO 4

SÃO PAULO PARTE 2

  Em 1867 é inaugurada a estrada de ferro SÃO PAULO RAILWAYS, ligando Jundiaí a Santos. A finalidade era para escoar a safra de café do interior para o porto de Santos. Com isso São Paulo perde a condição de abastecedor de mantimentos e mulas para os transportadores de café que iam e viam do porto de Santos e passavam pela cidade. Isso, naturalmente, provoca um baque na economia da cidade. São Paulo perdia sua função de entreposto e tendia a uma retração. Quis o destino que um surto de febre amarela em Campinas e Santos mudasse a sorte da cidade. Campinas e Santos tinham população e importância maiores que São Paulo.
  Campinas era a cidade onde os barões do café erguiam suas casas de cidade, alternando suas vidas nas casas da fazenda e da cidade. Santos abrigava muitos comerciantes, principalmente de café, funcionários do porto, despachantes, etc.. Com o surto da febre amarela, que matava muitos, os fazendeiros de Campinas e a burguesia de Santos, ergueram casas em São Paulo, que ficou imune à doença. Com isso a cidade ganha um desenvolvimento nunca visto. Com o dinheiro investido nas novas casas e palacetes, São Paulo atraiu uma multidão de trabalhadores para construção e para o comércio que desenvolvia com os novos moradores.
  Inicia-se um surto de expansão da cidade. Espremida no espaço triangular do centro, novas áreas são abertas e a cidade cresce para o outro lado do vale onde corria o rio Anhangabau, que se torna o novo centro em contraposição ao centro velho. Como o transito de pessoas e animais era intenso de um lado a outro, uma ponte de estrutura metálica é construída sobre o vale, vindo a se chamar  VIADUTO DO CHA, pois, no vale, havia plantação dessa erva. Essa ponte metálica foi substituída mais tarde por uma de concreto que esta lá até hoje.
  A cidade expande-se em direção aos Campos Elíseos, depois para Higienópolis, e no final do século XIX, abre-se a AVENIDA PAULISTA, com enormes lotes, onde os Barões do Café e da Indústria, que se iniciava, vão construir seus palacetes e mansões.
  Erguem-se o Teatro Municipal, a Estação da Luz, o Liceu de Belas Artes, onde hoje é a Pinacoteca, a Catedral da Sé, Edifício Martinelli. Inaugura-se o Parque da Luz. O Vale do Anhangabaú é urbanizado. Abrem-se avenidas como a São João.
  A cidade ganha, também, uma leva de imigrantes, italianos principalmente, que vem suprir a demanda de trabalhadores na indústria, que se desenvolvia, no comércio que se expandia, e na construção civil. Bairros de trabalhadores são criados no Bras, Mooca, Bexiga, e, posteriormente, na Pompéia, Lapa, Vila Mariana, etc.
  A cidade ferve, os meios de transporte ganham o bonde, primeiro puxados por burros, depois por energia elétrica, interligando os bairros dormitórios de trabalhadores às indústrias e ao centro comercial. O trem desenvolve suas linhas de transporte urbano com a Santos- Jundiaí, Sorocabana, Central do Brasil.
  Com a vinda dos fazendeiros de café e os comerciantes de Santos, e a nova burguesia local, cria-se uma elite endinheirada. Essa elite vai promover não só o crescimento econômico da cidade como, também, seu crescimento político, buscando seu espaço no conserto nacional. Essa elite revolta-se contra os gastos que a corte Imperial fazia e que cobrava altos impostos para se manter. Cria-se um antagonismo com os cariocas, tidos como quem não trabalha e vivem em sinecuras mantidas pelo Imperador. As elites paulistas criam o movimento Republicano, que era o caminho para atingirem participação na política nacional, e que leva à queda do Império comandada por D. Pedro II. Com a República, São Paulo conquista, juntamente com Minas Gerais, o domínio do governo federal. Nasce a política do café com leite, café de São Paulo e leite de Minas, onde alternavam-se na presidência, um paulista e um mineiro. Esse acordo é rompido em 1930, o que leva à tomada do poder pelos gaúchos liderados por Getulio Vargas, que extingue a Constituição vigente. Inconformados, os paulistas se revoltam em 1932, na luta pela Constituição e por participação na política nacional. É a Revolução Constitucionalista de 1932. Os paulistas perdem a guerra e seus principais líderes são obrigados a se exilarem. Passa pelo vexame de serem governados por interventores enviados por Getulio. Os paulistas vergam, mas não quebram. Aos poucos vão readquirindo sua importância política, já que a econômica não parava de crescer. Posteriormente foram inaugurados símbolos, como a Avenida e o túnel  9 de julho (data da revolução) e um monumento aos constitucionalistas, em frente ao Parque Ibirapuera, que tem suas medidas proporcionais aos números da revolução: 9, 7 e 32. Para mim o monumento que se ergue ao céu acima do mausoléu é um símbolo fálico: perdemos a guerra, mas aqui pra vocês...
 

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